14/10/2025 Coliving: o novo jeito de morar que conecta, compartilha e valoriza espaços

Em um mundo em constante transformação ‒ marcado por mobilidade, busca por significado e valorização da convivência ‒ surge um modelo de moradia que vem ganhando espaço e atenção: o coliving. Mais que dividir um teto, coliving é compartilhar experiências, recursos e uma visão de comunidade com quem tem afinidades.

O que é coliving?

Coliving (ou co‑living) refere-se a um modelo habitacional em que indivíduos ocupam unidades privativas (quartos, estúdios ou suítes) dentro de um imóvel maior, dividindo áreas comuns estruturadas — como cozinha, salas de convivência, coworking, lavanderia e até espaços de lazer social.

É uma evolução das moradias compartilhadas tradicionais (como repúblicas), com uma proposta mais organizada e intencional: ali, além da divisão de custos, há ênfase na convivência, no senso de comunidade e em infraestrutura de serviços.

O conceito remete a projetos de “cohousing” (onde famílias moram individualmente, mas compartilham espaços sociais) — mas com diferenças importantes: o coliving costuma prover contratos mais flexíveis, ambientes mobiliados, serviços integrados e rotatividade maior de moradores.


Origem e evolução

A raiz conceitual do coliving está no cohousing europeu, especialmente dinamarquês, a partir da década de 1970.
Com o tempo, esse modelo migrou para os centros urbanos globais, adaptando-se às demandas de quem vive sozinho, muda de cidade ou busca experiências mais colaborativas. 

No Brasil, ainda é um formato relativamente novo, mas já em plena ascensão nas grandes capitais, especialmente em bairros com boa infraestrutura urbana e proximidade a polos de trabalho ou cultura. 


Como funciona? (Modelo operacional)

  • Contrato e mensalidade tudo incluído
    Os moradores pagam uma mensalidade fixa que já engloba aluguel, condomínio, água, luz, internet, limpeza, manutenção e até serviços extras em alguns casos.

  • Divisão entre espaços privativos e comunitários
    Cada residente tem seu espaço individual (quarto ou estúdio), enquanto as áreas de uso coletivo são compartilhadas e bem equipadas. 

  • Gestão administrativa especializada
    Muitos colivings são operados por empresas ou administradoras que cuidam de toda a operação — reservas, manutenção, limpeza, experiências comuns etc.

  • Flexibilidade de permanência
    Em muitos casos, os contratos são de curto ou médio prazo, permitindo mobilidade aos moradores. 

  • Processo seletivo e afinidades
    Como a convivência é parte essencial do modelo, muitos colivings adotam critérios de compatibilidade (perfil de morador, objetivos, interesses) para formar comunidades mais harmoniosas. 


Vantagens do coliving

  1. Economia de escala
    Ao compartilhar espaços, equipamentos e serviços, os moradores reduzem seus custos individuais. 

  2. Menos burocracia
    Contratos mais simples, menos exigências tradicionais de locação (fiador, garantias) e gestão integrada. 

  3. Senso de comunidade e networking
    O convívio constante favorece trocas de conhecimento, apoio social e até oportunidades profissionais dentro da própria comunidade.

  4. Sustentabilidade
    O uso compartilhado de recursos (eletrodomésticos, água, energia) e práticas sustentáveis incorporadas (painéis solares, reutilização) podem reduzir impactos ambientais. 

  5. Flexibilidade urbana
    Ideal para quem se desloca frequentemente, muda de cidade, é nômade digital ou jovem profissional que valoriza mobilidade. 


Desafios e cuidados

  • Conflitos de convivência
    A vida compartilhada exige diálogo, regras claras e boa afinidade entre moradores — ruídos, limpeza, uso de espaços comuns etc. podem gerar atritos.

  • Privacidade limitada
    Mesmo com quartos privativos, quem valoriza extremo sigilo pode sentir que o modelo impõe restrições.

  • Elevada rotatividade
    Modelos de contratos curtos geram mudanças frequentes, o que pode prejudicar a coesão da comunidade.

  • Aspectos regulatórios e legais
    Dependendo da cidade, zoneamento, normas municipais e regulamentações condominiais podem limitar ou complicar a operação de coliving. Alguns empreendimentos já combinam moradia tradicional com coliving em um mesmo projeto. 

  • Capacidade de gestão eficiente
    Um coliving exige operação cuidadosa: manutenção, limpeza, administração de conflitos, eventos e comunicação interna, o que demanda estrutura especializada.


O coliving como oportunidade para incorporadoras

Para empresas como a GPL Incorporadora, o coliving oferece um campo fértil de inovação e integração de soluções:

  • Diferencial competitivo
    Incorporar unidades com modelo coliving ou espaços híbridos pode atrair públicos jovens, nômades digitais e investidores interessados em formatos modernos.

  • Maximização de uso do empreendimento
    Áreas comuns podem ser projetadas com mais flexibilidade (coworking, lounge, salas modularizadas) para gerar valor de uso e receita adicional.

  • Resiliência de demanda
    Em cenários de alta nos custos de moradia tradicional, o coliving pode se posicionar como alternativa mais acessível e adaptada às novas tendências de moradia.

  • Parcerias estratégicas
    As incorporadoras podem se associar a operadores especializados ou startups de coliving para gerir a operação, reduzindo riscos e agregando expertise.

  • Experiência personalizada
    No local onde o cliente já espera qualidade da marca GPL — em localização, acabamento e sustentabilidade — o coliving pode se tornar uma extensão do DNA da incorporadora, mas com foco comunitário.


Por que investir nessa tendência agora?

Os movimentos sociais e demográficos apontam para mudanças profundas nos hábitos de moradia:

  • Crescimento da mobilidade urbana e número de pessoas mudando de cidade para trabalhar ou estudar

  • A busca por propósito, experiência e comunidade em vez de mera posse de imóvel

  • Pressão sobre os preços dos aluguéis nas grandes cidades

  • Tecnologia e conectividade como elementos fundamentais na vida cotidiana

Nesse contexto, o coliving não é apenas uma moda passageira, mas um modelo que responde a demandas modernas. E embora ainda em estágio inicial no Brasil, já há sinais claros de escalabilidade e interesse no mercado. 

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